O novo conceito de "casa/Lar" The new concept of "house/home"

Muito tenho lido sobre os novos paradigmas da sociedade, que tanto mudou nos últimos 50 anos.
Mas a maior diferença foi sem dúvida nas duas últimas décadas, depois da queda do muro de Berlim em 1989 e particularmente com a abertura dos países ex-URSS e Balcânicos, ao mundo, bem como a abertura da China e da Índia.
O Mundo luta hoje por ter Sociedades mais justas, mais equitativas, onde o que passou a ter importância, foi a vida em si. E isto porque devido à abrangência e difusão de todos os acontecimentos em directo, pelas televisões de todo o mundo, pela Internet, que hoje todos nós tomámos consciência de que a "nossa vida" é muito precária, muito fugaz, passa num sopro e o que é mesmo importante é nós termos o nosso sustento e a possibilidade de uma procura da felicidade.


Daí que o que era tido como "bonito" na decoração, isto é, o que algumas pessoas que detinham o dinheiro (e muitas delas continuam a deter, esse poder), achavam "bem" ou"bonito" passou de certo modo a ser visto como um pouco cafona, decrépito ou ultrapassado. Hoje ninguém quer móveis pesados e escuríssimos que ocupam uma parede inteira de uma sala exígua, onde se exibem as pratas e os bibelots que se ganhou no casamento...
As casas hoje querem-se vividas, alegres "leves", que possam ser redecoradas com novos elementos que vão depois conjugar-se com os já existentes e esses podem ser forrados a papel, pintados, etc.
Os chamados móveis clássicos que nos últimos cinquenta anos passaram literalmente à história, que muitas pessoas felizmente não os deitaram foras e os guardaram, estão de volta. Falo de móveis que até há pouco tempo eram considerados como ultrapassados. E isto porquê, as indústrias de fabricação de móveis não param, estão sempre a lançar novas linhas, e o apelo ao consumismo traz inúmeras "infelicidades" a muita gente com menos cabeça. Quando se começou a tomar consciência de que o Mundo estava a mudar, com os tornados e tufões que arrasam cidades nos Estados Unidos, as cheias na Malásia, nos Estados Unidos, as monções cada vez mais fortes na Índia e especialmente o assistirmos na nossa TV aos animais do Pólo Norte a morrerem de fome, causada pelo degelo e consequentemente com o fim dos seus habitats, começámos a ter consciência que estas mudanças estão a acontecer a uma velocidade vertiginosa.

Em Março passado o Mundo ultrapassou os SETE MIL MILHÕES de habitantes. Não há Planeta que possa ter sustentabilidade com o que tem sido feito particularmente no último século, depois da revolução Industrial.
Assim, e devido a todos esses acontecimentos, estamos a assistir, a um levantamento de pessoas que está a dizer, basta! Basta de cortar florestas inteiras para que cinco ou seis pessoas possam ter móveis de pau santo ou pau rosa, ou outra qualquer madeira exótica.
O problema é que grande parte do mundo não tem literacia suficiente para saber que faz mal, e os governos não lhes explicam. Porque os governos e instituições vivem afastados dos eleitores e querem apenas "o poder".

Assim, acredito que as novas gerações, e outros como eu, já mais velhos, estejam a tomar consciência de que "um móvel" é apenas um acessório para guardar coisas, para se colocar a TV sobre ele, uma jarra de flores, uns livros, etc. E que "esse móvel, não morre" só porque alguém o coloca na rua, no lixo, ou simplesmente num qualquer canto de um sótão.
E é por isso que estou muito feliz por haver pessoas que restauram, reformam, pintam e reutilizam os móveis da tia, da avó ou da mãe. É esse o caminho e nesse contexto irei mais tarde fazer-vos um post só de fotografias, desse novo conceito. A reutilização de móveis e de casas. Porque não são apenas os móveis, as casas também. Constroem-se desenfreadamente e há milhares de casas vazias nos centros das cidades.
Lisboa tem milhares de casas a precisar de intervenção de obras, e de habitantes. porque não pensam os governos nisso? Em reabilitar as casas e alugá-las aos jovens que ficam em casa dos pais até aos vinte e muitos anos e  alguns até trinta e tal anos?

É por isso que não vou para a política. Estaria sempre em discordância e sofreria muito .. não tenho estofo para enganar ninguém.


Gena Resende


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